Política
Exposição de fotos resgatou memória dos ataques antidemocráticos
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Encerrou-se na quarta-feira (26) a exposição fotográfica Reflexões do Senado — 100 dias da Invasão. Aberta no dia 18 de abril, a mostra teve o objetivo de manter viva a memória dos atos de vandalismo contra as sedes dos três Poderes, ocorridos no dia 8 de janeiro. Com 50 registros fotográficos de 21 profissionais do Senado e da mídia externa, a exposição, sediada no Salão Negro, relembrou a importância de defender a democracia.
O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), exercia a Presidência da Casa quando ocorreram os ataques. O senador relata que, apesar das informações sobre a gravidade do ataque, só se deu conta da dimensão do ocorrido ao se deparar com o estado em que se encontravam os locais. Para ele, relembrar os atos antidemocráticos é uma forma de evitar novas situações como as que ocorreram.
— Os atos do dia 8 de janeiro marcaram tristemente a nossa realidade. Nossa democracia foi aviltada, violentamente agredida. E por que uma exposição como essa é tão importante? É uma exposição que deixará sempre nas nossas memórias aquilo que é fundamental: tenhamos a capacidade, a rigidez, a disposição, a inflexível demonstração de lutar pelos princípios da democracia, pelos seus postulados e pelas instituições que compõe esta democracia — disse Veneziano em entrevista à Rádio Senado.
Prejuízos
Os prejuízos materiais, retratados na mostra, representam também o prejuízo simbólico, de ataque à democracia. A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, disse considerar a invasão de 8 de janeiro o maior ataque “simbólico e concreto” à democracia do país. Para ela, a exposição tem a função de prevenir novos atos.
— É importante visualizarmos [a destruição], não só para que consigamos valorizar o que temos hoje, mas também como forma eficaz de prevenção — disse.
O fotojornalista Pedro Ladeira, um dos profissionais que fizeram as imagens do 8 de janeiro, destacou a relevância desse tipo de registro, ao lembrar a cobertura dos ataques antidemocráticos.
— Em tempo de fake news, nosso trabalho é ainda mais essencial. O 8 de janeiro é uma prova. Imaginem esse evento sem o trabalho dos fotógrafos e cinegrafistas. O que ficaria, sem as nossas imagens? — questionou.
Seleção
O material fotográfico foi enviado pelos fotojornalistas à Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secom). Ao todo, foram enviados 100 registros, dos quais 50 foram selecionados. O critério de seleção adotado foi o de as imagens serem dos ataques e danos causados às dependências, mobiliário e obras de arte do Senado, ou feitas no perímetro externo do Palácio do Congresso Nacional.
— Temos vários olhares de fotógrafos setoristas do Congresso e que trouxeram suas percepções da invasão. O ataque a uma instituição, como aconteceu, fere a democracia e a sociedade. Fizemos a ponte com vários fotógrafos para termos pluralidade. Toda a sociedade foi atingida, e aqui mostramos isso — explicou a diretora da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Érica Ceolin.
Mostra virtual
A exposição também pode ser vista em formato digital, na página de capa do Portal Senado Notícias.
As imagens passarão a integrar, em caráter definitivo, o hotsite sobre o dia 8 de janeiro, desenvolvido exclusivamente para hospedar o material jornalístico e histórico produzido pelos veículos do Senado sobre a invasão.
Fonte: Agência Senado